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5 - Inflamações Crônicas Granulomatosas

Conceito: Inflamação crônica caracterizada por formação de granulomas. O granuloma representa um agrupamento de macrófagos que tentam circunscrever o agente etiológico evitando que a reação atinja os tecidos sadios circundantes assim como se dissemine. No granuloma epitelióide, as células responsáveis por circunscrever o dano são os macrófagos epitelióides.

Classificação: Nesta aula vamos estudar as degenerações com maior relevância para o cirurgião dentista.

5.1 Tuberculose

Doença infecciosa crônica causada pela Mycobacterium tuberculosis.

Descrição

Fragmento de tecido pulmonar no qual parte da arquitetura alveolar é preservada enquanto em algumas regiões demonstram a formação de granulomas epitelióides caseosos. Na porção superior observa-se um granuloma extenso apresentando áreas de necrose caseosa central (material amorfo com perda de seletividade tintorial), entremeada por macrófagos epitelióides (núcleo claro e mais alongado, semelhante a morfologia de uma célula epitelial), linfócitos e células gigantes do tipo Langhans (asteriscos amarelos), circundadas por fibroplasia. Na porção dos alvéolos mais preservada também se nota a presença de um granuloma menor sem necrose central, mas apresentando os outros componentes.

Dados importantes para o diagnóstico

Observar a formação dos granulomas compostos por macrófagos epitelióides, células gigantes do tipo Langhans (asteriscos amarelos), linfócitos (asteriscos verdes) e fibroplasia.

Diagnóstico

Tuberculose

Na área circunscrita, observar a formação do granuloma.

5.2 Paracoccidiodomicose

Infecção fúngica profunda, ocasionada pelo organismo Paracoccidioides brasiliensis.

Descrição

Fragmento de mucosa revestido por tecido epitelial estratificado pavimentoso ceratinizado, apresentando hiperplasia pseudoepiteliomatosa (sensação de que o epitélio “invade” o tecido conjuntivo) e áreas de micro abcessos (pequenas coleções de neutrófilos e piócitos superficiais). No tecido conjuntivo subjacente, observa-se a formação de granulomas (circunscrito pelo tracejado) que apresentam externamente fibroplasia (setas pretas), seguida por um colar de linfócitos (asterisco vermelho), e mais centralmente observam-se um aglomerado de macrófagos epitelióides (asterisco amarelo - núcleo claro e alongado e as células podem apresentar um arranjo em paliçada ou justapostas umas às outras). Entremeados as células do granuloma observam-se células gigantes do tipo Langhans. Em algumas áreas, principalmente no interior das células gigantes, é possível visualizar os fungos que se apresentam como um espaço negativo (branco) e forma geométrica redonda (asterisco verde).

Dados importantes para o diagnóstico

Observar os granulomas compostos por um aglomerado de macrófagos epitelióides, colar de linfócitos e fibroplasia externa assim como a presença de células gigantes fagocitando os fungos. Os microabcessos e a hiperplasia pseudoepiteliomatosa são sugestivos, mas não específicos desta doença.

Diagnóstico

Paracoccidiodomicose


Hematoxilina-Eosina

Descrição

Fragmento de mucosa revestido por tecido epitelial estratificado pavimentoso paraceratinizado, apresentando hiperplasia pseudoepiteliomatosa (sensação de que o epitélio “invade” o tecido conjuntivo) e áreas de micro abcessos (pequenas coleções de neutrófilos e piócitos superficiais). No tecido conjuntivo subjacente, observa-se a formação de granulomas que apresentam externamente fibroplasia, seguida por um colar de linfócitos, e mais centralmente observam-se um aglomerado de macrófagos epitelióides (núcleo claro e alongado e as células podem apresentar um arranjo em paliçada ou justapostas umas às outras). Entremeados as células do granuloma observam-se células gigantes do tipo Langhans. Em algumas áreas, principalmente no interior das células gigantes, é possível visualizar os fungos que se apresentam como um espaço negativo (branco) e forma geométrica redonda.

Dados importantes para o diagnóstico

Observar os granulomas compostos por um aglomerado de macrófagos epitelióides, colar de linfócitos e fibroplasia externa assim como a presença de células gigantes fagocitando os fungos. Os microabscessos e a hiperplasia pseudoepiteliomatosa são sugestivos, mas não específicos desta doença.

Diagnóstico

Paracoccidiodomicose

Nesta imagem o epitélio de revestimento (E) não apresenta hiperplasia pseudoepiteliomatosa evidente. A área em destaque, apresentada em maior aumento abaixo, mostra microabscessos.
Os microabscessos (asteriscos) aparecem próximo à superfície e se caracterizam pela coleção (acúmulo) de piócitos (neutrófilos em necrose).
Na imagem abaixo, a área destacada mostra uma região onde o epitélio de superfície está com a espessura aumentada devido ao aumento de proliferação celular. Este tecido se projeta na direção do tecido conjuntivo, alteração conhecida como hiperplasia pseudoepiteliomatosa ou pseudocarcinomatosa.
Em maior aumento e evidenciada pela linha tracejada, observa-se a região de hiperplasia pseudoepiteliomatosa, sendo pouco perceptível o limite entre tecido epitelial e tecido conjuntivo.
Na imagem abaixo, observam-se 3 granulomas, estrutura arrendondada/ovoide que mostra célula gigante porção central, camada de macrófagos epitelióides justapostos na camada intermediária e colar de linfócitos na porção periférica. Essa estrutura é delimitada por tecido conjuntivo fibroso (fibroplasia).

Ácido Periódico de Schiff (PAS)

Observação

Os aspectos morfológicos observados (granulomas no tecido conjuntivo, hiperplasia pseudoepiteliomatosa e microabscessos no tecido epitelial) são os mesmos. Essa técnica pe utilizada para evidenciar o Paracoccidioides brasilienses, agente etiológico da paracoccidioidomicose, e confirmar o diagnóstico. Em lâminas coradas por HE nem sempre é possível evidenciar o espaço claro na célula gigante, o qual costuma sugerir presença deste microrganismo.

A imagem evidencia o Paracoccidioides brasilienses em rosa/magenta no interior de células gigantes, confirmando o diagnóstico de paracoccidioidomicose.

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